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PARTICIPAR PARA MELHORAR

As empresas precisam investir na potencialização de seus funcionários, aumentando sua participação na melhoria dos processos de qualidade e produtividade

Ao investir no potencial de seus colaboradores, as empresas aumentam o espaço para a participação das pessoas na melhoria da qualidade e produtividade. Os funcionários que antes tinham suas idéias podadas, agora usam seus talentos para satisfazer as expectativas dos clientes. Com o conhecimento adquirido diariamente pela observação do seu trabalho, o colaborador tem condições de avaliar os pontos críticos que comprometem a performance do resultado final e pode melhorá-los com ferramentas próprias. "É um processo de incentivo às novas idéias com um compromisso de ouvi-las, analisá-las e implementá-las, permitindo que aflore em cada pessoa a criatividade", acredita Mauro Antunes, gerente da Icolub, a divisão de lubrificantes da Shell. Ele acrescenta que o objetivo é ter uma organização onde todos colaborem intelectualmente para o seu crescimento e não apenas um pequeno grupo.

Segundo Antunes, é preciso que todos os trabalhadores de uma organização, incluindo a alta gerência, tenham oportunidade de desenvolver os seus talentos. Assim, ao democratizar o espaço para novas opiniões, ampliam-se as possibilidades de atingir a excelência. Antunes acredita que um clima organizacional envolvente e estimulante, e ainda a auto-estima elevada, são alguns elementos que facilitam a potencialização dos talentos. Com as pessoas se sentindo seguras e conscientes da importância do seu trabalho, todos os componentes do processo de qualidade evoluem na mesma harmonia. "A qualidade de um processo é diretamente proporcional à qualidade de cada módulo que o compõe", analisa. Porém, a grande dificuldade ao se dar espaço aos funcionários para que tenham voz ativa, é vencer antigos paradigmas. "Por sermos uma sociedade elitista, não permitimos que os níveis mais baixos das empresas se manifestem. Sufocamos, assim, uma imensidão de belas propostas", explica Antunes.

A antiga máxima de que o colaborador não é pago para pensar e sim para fazer o que mandam, não é válida no processo participativo. Neste, o comprometimento de cada pessoa, independente do cargo que ocupa, é essencial para o crescimento da empresa. "O funcionário precisa se sentir respeitado, reconhecido e valorizado", analisa Airton Roberto de Mattos, técnico do processo de usinagem da Cummins. Mattos desenvolveu o primeiro programa participativo quando trabalhava na divisão de tratores da Ford (adquirida depois pela Fiat), onde as equipes de funcionários eram formadas espontaneamente. Estas se reuniam uma vez por semana, durante o expediente, para detectarem os problemas de suas áreas e discutirem a estratégia de implantação das alternativas. Mattos alerta que é imprescindível o planejamento cuidadoso, pois uma mudança no ambiente de trabalho não se faz da noite para o dia. "É importante estar preparado para os questionamentos, pois quanto mais participativo, mais questionador se torna o funcionário", analisa.

Mattos acredita que a confiança e o respeito pelas idéias dos trabalhadores foram fatores que contribuíram para o grande número de adesões às equipes. Outro fator que colaborou para o sucesso do programa foi o baixo custo da implantação das alternativas encontradas pelos grupos. O reconhecimento era feito através da apresentação dos trabalhos implantados para a gerência e convidados de diversas empresas. Dessa forma, os funcionários eram vistos como pessoas que venceram dificuldades e mostraram todo o potencial que antes estava oculto. "O colaborador passou a ser respeitado como um ser pensante que é capaz de mudar o meio. Enfim, se sentiu agregando valor e ao melhorar o ambiente de trabalho, ele produz melhor e em consequência reduz os custos das empresas", ressalta Mattos.

Com a globalização da economia, que exige cada vez mais rapidez nas decisões dos negócios, a participação ativa dos colaboradores é fundamental. Assim, a responsabilidade em encontrar soluções para a resolução de determinados problemas não fica restrita aos níveis superiores das organizações. "Acredito que o sucesso da empresa no futuro estará vinculado ao talento de todos os seus colaboradores. Aquelas que se preocuparem em estimular o potencial, dando espaço para a criatividade das pessoas, certamente estarão na frente", analisa

Antunes, da Icolub/Shell. Voltar
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